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DOS ACENOS DE CADA DIA, por Henri Kobata
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    20 de julho de 2012

    Funcionários públicos pelo mundo

    Fotografias são injustas. As cores, os ângulos, as luzes e as sombras e, no final, as que vão ser mostradas, tudo é sempre escolha do fotógrafo.

    Mas, talvez por causa disso, elas sejam maravilhosas. Qualquer uma, como as fotografias do holandês Jan Banning que viajou pelo mundo para mostrar os funcionários públicos de diversos países. É verdade que ele tem a sua intenção clara ao apontar a sua câmera, mas uma coisa é certa: Banning não inventou as salas e as pessoas. É isso que intriga ao olhar com cuidado cada imagem do seu livro Bureaucratics lançado já há alguns anos, mas sempre atual. Veja as fotografias clicando aqui.

    O que realmente importa
    1 de julho de 2012

    O que realmente importa

    Se somarmos todos os das áreas federais, estaduais e municipais, os funcionários públicos brasileiros são 12% do total de trabalhadores do país que têm carteira assinada.

    Em números frios parece muito, mas a porcentagem é mais baixa do que o número de funcionários públicos de 31 países democráticos mais importantes do mundo que fazem parte da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

    Em quantidade relativa às carteiras assinadas pode ser menor, mas não em termos de quanto eles pesam nos cofres públicos. Os 12% do Brasil custam 12% do PIB nacional e os 22% daqueles países, na média, significam 11%.  Antes de qualquer conclusão apressada, isso não significa, também, que os brasileiros que trabalham no Estado ganham muito mais do que os estrangeiros, porque a equação depende de qual é o total de riqueza que cada país produz por ano. A única coisa que se pode concluir com esses números é que a sociedade brasileira gasta muito com os seus funcionários públicos em relação à situação econômica do país. Muito mais do que gastam os países do OCDE.

    Mas, ao contrário do que muitos pensam, tudo isso tem pouca importância. São apenas números. O que realmente importa é se o Estado está trabalhando de forma eficiente como espera a população do país.

    Por exemplo, nos países da região nórdica, como a Suécia, Dinamarca e Finlândia (onde existe até lei que garante pelo menos 1 Mbps gratuito para acesso a internet), a sociedade decidiu que o dinheiro dos impostos deve proporcionar excelentes educação básica gratuita e atendimento à saúde baseada no conceito de que os dois benefícios são direito de todos. E determinou que o responsável para que isso aconteça é o Estado. O tamanho do funcionalismo público e o seu custo respeitam, portanto, uma equação possível de ser avaliada com transparência. Assim como a capacidade gerencial dos governantes, que dependem dos resultados visíveis como qualidade dos serviços públicos, níveis de desemprego e paz social para continuarem no posto.

    Por aqui, existe um funcionário de alguma instância pública para cada 36 brasileiros.  Em Brasília, uma em cada sete pessoas que tem carteira de trabalho assinada tem emprego direto em algum órgão público, três vezes mais do que em qualquer cidade do país. Como disse antes, esses números em si não significam muita coisa. A questão é se o Estado brasileiro, os funcionários públicos e os governos, estão à altura do que espera a população brasileira. Se os resultados não são bons é preciso que a sociedade tome as suas providências como acontece naqueles países nórdicos. E não viver se esquivando das suas responsabilidades.

    É para isso que existe a democracia. Para que o poder esteja na mão de quem realmente deve exercer.

    Os funcionários públicos e os governantes também só têm a se desenvolver, como pessoas e profissionais, tendo uma população participante e vigilante. E se sentirão orgulhosos pelo que ajudam a construir.

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    La Califfa (trailer, filme de 1970)

    Uma cidade que ninguém quis atacar na II Guerra

    https://www.youtube.com/watch?v=kH-nPSlwsaY

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